Endometriose é uma das doenças de maior relevância na Ginecologia. Nos últimos 15 anos essa condição foi a mais estudada, mas, ainda assim, não sabemos exatamente o que pode causá-la.
As mulheres portadoras somam 7 milhões apenas no Brasil, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e os principais sintomas são fortes cólicas, dores durante as relações sexuais e, em alguns casos, até a infertilidade.
Você sofre dessa condição? Conhece alguém que a enfrenta? Se deseja saber mais sobre o assunto, continue no texto!
O que é endometriose?
Para compreender, vamos relembrar alguns aspectos básicos da anatomia uterina e do ciclo menstrual.
O útero é recoberto por um tecido chamado endométrio. Ele se desenvolve ficando mais espesso todo mês, graças a ação do estrogênio. Esse espessamento precisa ocorrer para acomodar o embrião caso ocorra uma gestação.
Se a concepção não acontecer, o endométrio é expelido e o resultado disso é a menstruação.
Em mulheres que sofrem com a endometriose, esse tecido apresenta um crescimento anormal e acaba invadindo outros órgãos, como ovários, bexiga, vagina, tubas uterinas e até o intestino.
Mas, mesmo estando fora do útero, no período menstrual o endométrio presente nos outros órgãos também se descama devido ao estímulo hormonal.
Como consequência, as portadoras dessa doença sofrem com cólicas fortíssimas, dores durante as relações sexuais e muitas vezes têm dificuldade para engravidar.
Vamos compreender por quê.
Qual a relação entre endometriose e fertilidade?
Como comentamos, a endometriose se caracteriza pelo crescimento anormal do endométrio em outros órgãos. Essa invasão faz com que uma reação inflamatória seja desencadeada, que dependendo do nível da lesão pode levar a formação de fibrose.
Quando isso ocorre na região das tubas uterinas pode haver uma obstrução, que não permite que a fecundação ocorra naturalmente. Por outro lado, se ocorrer nos ovários ela pode prejudicar a produção dos óvulos.
Bom, mas como dissemos, existem vários níveis de lesão e isso é utilizado para classificar os tipos de endometriose.
Vamos conhecê-los!
3 tipos de endometriose
A classificação dos tipos de endometriose, além de considerar o grau de comprometimento da lesão, também leva em consideração os órgãos afetados e a severidade da doença.
1. Endometriose peritoneal superficial
Nesse tipo, as lesões ocorrem espalhadas na superfície interior do abdômen. Mesmo que os comprometimentos sejam superficiais, muitas vezes eles podem atingir órgãos importantes como bexiga, intestinos e ureter.
Portanto, é necessário fazer um acompanhamento minucioso da doença para evitar complicações, o que pode envolver intervenções cirúrgicas.
2. Endometriose de ovário ou endometriomas
Como o próprio nome já diz, ela atinge os ovários e pode provocar uma retração do órgão, levando a prejuízos no ciclo menstrual da mulher, aparecimento de cistos e outros sintomas.
O diagnóstico é facilmente feito por meio de uma ultrassonografia. Na maioria das vezes, o tratamento é cirúrgico através da técnica de laparoscopia.
A cirurgia deve ser feita com todo o cuidado para que apenas o tecido do cisto seja retirado, não removendo o tecido ovariano saudável com bons óvulos.
3. Endometriose profunda
Essa é a forma mais agressiva da doença e que pode comprometer a qualidade de vida das pacientes. Além de as lesões serem profundas, elas comprometem outros órgãos, como os ligamentos que seguram o útero, bexiga, ureter, intestinos e outras regiões pélvicas.
Dependendo da situação, os tratamentos de fertilidade não são capazes de auxiliar no quadro. E já que estamos falando nisso, vamos conhecer as opções de tratamento disponíveis.
Qual opção de tratamento de fertilidade para mulheres com endometriose?
As mulheres portadoras dessa condição podem usufruir da técnica de Fertilização in Vitro (FIV), dependendo do tipo e do grau de severidade da doença.
Como a Fertilização in Vitro pode ajudar
Vamos recapitular algumas ideias apresentadas aqui para compreender como a Fertilização in Vitro pode ajudar as mulheres portadoras de endometriose e que desejam ser mães.
A fecundação ocorre naturalmente nas tubas uterinas, mas devido à formação de fibrose essas estruturas ficam obstruídas impedindo a passagem do espermatozoide.
A FIV consegue driblar esse problema, pois neste tratamento ocorre a coleta dos gametas femininos e masculinos, que são incubados em laboratório para que a fecundação ocorra in vitro.
A endometriose é uma doença que afeta 15% das mulheres em todo o Brasil, sendo assim representa um distúrbio de grande relevância para a medicina.
Ela afeta o bem-estar de muitas e coloca em risco o sonho de ser mãe. Nesse sentido, é importante contar com a medicina reprodutiva, que pode ser capaz de mudar esse cenário.
Quer saber mais?
Gostou de saber mais sobre esse assunto? Aproveite e leia o nosso artigo sobre como o congelamento de óvulos pode te ajudar a ter uma maternidade planejada!