FIV e inseminação artificial (IA) são os tratamentos de fertilidade mais procurados em uma clínica de reprodução assistida. Isso deve-se ao fato de que a saúde reprodutiva da população vem diminuindo, infelizmente, devido aos hábitos de vida não tão saudáveis.
Os dois procedimentos diferem bastante quanto à técnica e indicações, mas também têm suas similaridades. Para esclarecer o assunto abordaremos essa temática no nosso artigo de hoje.
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FIV e inseminação artificial: conheça os processos
A principal diferença entre FIV e inseminação artificial é onde e como o óvulo é fertilizado.
Naturalmente, a mulher libera um óvulo e o mesmo é fecundado por um espermatozoide em uma das tubas uterinas, mas, muitas vezes, por diversos motivos, tanto femininos quanto masculinos, esse processo é inviabilizado.
Portanto, veja como cada tratamento se propõe a contornar esses problemas.
Fertilização in vitro
Na fertilização in vitro, é realizada a coleta dos gametas para que a união do óvulo com o espermatozoide ocorra no laboratório.
Trata-se de uma técnica de alta complexidade, sendo necessárias diversas etapas para atingir o objetivo final que é a geração de uma vida.
1º passo: estimulação ovariana
O primeiro passo é a estimulação ovariana. Em um ciclo menstrual normal, apenas um folículo chega a amadurecer. No tratamento de FIV, o objetivo é que tenhamos vários óvulos maduros, aumentando as chances de concepção.
O procedimento é feito com base em medicações hormonais que podem ser de via oral ou injetável.
Normalmente, utiliza-se o Hormônio Folículo Estimulante (FSH) para crescimento dos folículos em combinação com Antagonista do Hormônio Liberador de Gonadotrofina (ant-GnRH) para impedir que os folículos rompam antes da hora. Vale ressaltar, também, que a dosagem indicada para cada mulher é única, não existe um padrão.
A etapa de estimulação hormonal dura de 8 a 15 dias e é acompanhada pelo médico, que observa o desenvolvimento dos folículos ovarianos por meio de ultrassom. Assim, quando verifica-se que os folículos estão com um tamanho ideal, inicia-se a próxima etapa.
2º passo: coleta dos gametas
Para que seja realizada a coleta dos óvulos, é preciso que os óvulos “se soltem da parede dos folículos” e terminem seu amadurecimento. Para que isso ocorra, é administrada uma injeção de Gonadotrofina Coriônica Humana (HCG), hormônio que estimula a liberação do óvulo.
Com isso, é feita a coleta do óvulo em centro cirúrgico com sedação leve. Uma fina agulha, que aspira os folículos ovarianos, é introduzida na mulher guiada por ultrassom. Após esse processo, os óvulos mais saudáveis são selecionados.
Os espermatozoides, por outro lado, podem ser do próprio parceiro da paciente, ou adquiridos via doação de banco de sêmen. Assim como ocorre com os óvulos, os melhores gametas masculinos são escolhidos.
Com todo o material biológico pronto, podemos passar para a próxima etapa!
3º passo: fertilização in vitro
O processo de fertilização dos óvulos pelos espermatozoides pode ser feito de 2 maneiras:
Clássica: na qual os espermatozoides são colocados junto com os óvulos em um meio de cultura similar ao ambiente intra-uterino. A proporção é de aproximadamente 200 mil gametas masculinos para apenas um óvulo, como numa concepção natural. Após 24 horas, a fecundação já aconteceu e os embriões começam a se desenvolver.
ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides): em que cada espermatozoide selecionado pelo microscópio é injetado dentro de cada óvulo, um por um.
4º passo: transferência embrionária
Cinco dias após a fertilização, os embriões, que nessa fase se chamam blastocistos, estarão aptos a serem transferidos para o útero.
O procedimento é simples, sem necessidade de anestesia.
5º passo: exame para confirmar a gestação
Aproximadamente 10 dias após a transferência embrionária, é possível detectar a gravidez a partir do exame de beta-HCG no sangue.
Essa é a fase que deixa os futuros papais e mamães mais ansiosos. Portanto, é sempre importante contar com uma clínica que forneça um atendimento humanizado e que auxilie os pacientes a passar por esse momento.
Inseminação artificial
Como você perceberá, a FIV e a inseminação artificial possuem várias diferenças. A mais importante delas, é que na segunda, a fecundação ocorre nas tubas uterinas, assim como na gestação espontânea. Ou seja, a inseminação artificial é uma “potencialização do normal”, como iremos explicar mais adiante. Por outro lado, existem muitas etapas em comum com a FIV.
Por exemplo, a inseminação artificial também se inicia com o tratamento de estimulação ovariana para que haja o desenvolvimento de mais folículos simultaneamente (mas nem tantos como na FIV, já que queremos no máximo 3-4 folículos grandes), aumentando a chance de uma gestação bem-sucedida.
Por outro lado, como a fecundação se dá nas tubas uterinas, de modo natural, a coleta dos óvulos não é necessária. Apenas a dos espermatozoides, que são concentrados em laboratório e introduzidos diretamente na cavidade uterina da paciente por meio de um cateter.
Nesse caso, o tempo para fazer o teste de gravidez (dosagem de Beta-HCG) é um pouquinho maior, 14-15 dias após a inseminação.
FIV e inseminação artificial: para quem é indicada cada uma delas
FIV e IA são indicadas em diferentes casos.
Como na IA a fecundação ocorre espontaneamente na tuba uterina, ela é indicada nos casos de:
-
homens que possuem leves alterações seminais;
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mulheres com desregulações hormonais;
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casos em que o muco cervical dificulta a locomoção do espermatozoide;
-
uso de banco de sêmen;
-
infertilidade sem causa aparente.
Por outro lado, a FIV é um procedimento mais invasivo e recomendada para casos mais graves de infertilidade, como:
-
lesões por endometriose grave;
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alterações seminais graves;
-
idade avançada da mulher;
-
obstrução bilateral das tubas uterinas.
Mesmo com suas diferenças e similaridades, FIV e inseminação artificial possuem diferentes indicações. E para saber qual tratamento é indicado para você, é importante agendar uma consulta em uma clínica de reprodução humana com um especialista.
Gostou de saber mais sobre esse tema? Então, confira o nosso artigo sobre 5 tipos de exames necessários para quem vai fazer a FIV!