
Tratamento de Inseminação artificial ou FIV: Qual a diferença?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em cada 10 casais brasileiros, 1 apresenta dificuldades para engravidar. Por esse motivo, cada vez mais pessoas recorrem a tratamentos de reprodução assistida, como a inseminação artificial e a fertilização in vitro (FIV).
FIV e inseminação artificial (IA) são os tratamentos de fertilidade mais procurados em uma clínica de reprodução assistida. Isso deve-se ao fato de que a saúde reprodutiva da população vem diminuindo, infelizmente, devido aos hábitos de vida não tão saudáveis.
Os dois procedimentos diferem bastante quanto à técnica e indicações, mas também têm suas similaridades. Para você conhecer melhor cada um destes tratamentos que atualmente oferecem a esperança de uma gestação para homens e mulheres com problemas de fertilidade, acompanhe a seguir as diferenças entre inseminação artificial e FIV!
O que é a FIV (fertilização in vitro)?
A FIV é um dos tratamentos mais amplos para os casos de infertilidade. Por sua segurança e sucesso, vem sendo indicado para casais que enfrentam diferentes tipos de dificuldades, desde endometriose até alterações na qualidade do sêmen.
O procedimento da FIV é realizado totalmente em laboratório e consiste na coleta de espermatozóides para que, junto ao óvulo, a fecundação aconteça. Feito isso, os embriões resultantes são cultivados em laboratório por 2-7 dias e então colocados no útero da mulher, e as etapas seguintes são exatamente iguais a qualquer gestação.
Passo a passo do procedimento do FIV
Trata-se de uma técnica de alta complexidade, sendo necessárias diversas etapas para atingir o objetivo final que é a geração de uma vida.
1º passo: estimulação ovariana
O primeiro passo é a estimulação ovariana. Em um ciclo menstrual normal, apenas um folículo chega a amadurecer. No tratamento de FIV, o objetivo é que tenhamos vários óvulos maduros, aumentando as chances de concepção.
O procedimento é feito com base em medicações hormonais que podem ser de via oral ou injetável.
Normalmente, utiliza-se o Hormônio Folículo Estimulante (FSH) para crescimento dos folículos em combinação com Antagonista do Hormônio Liberador de Gonadotrofina (ant-GnRH) para impedir que os folículos rompam antes da hora. Vale ressaltar, também, que a dosagem indicada para cada mulher é única, não existe um padrão.
A etapa de estimulação hormonal dura de 8 a 15 dias e é acompanhada pelo médico, que observa o desenvolvimento dos folículos ovarianos por meio de ultrassom. Assim, quando verifica-se que os folículos estão com um tamanho ideal, inicia-se a próxima etapa.
2º passo: coleta dos gametas
Para que seja realizada a coleta dos óvulos, é preciso que os óvulos “se soltem da parede dos folículos” e terminem seu amadurecimento. Para que isso ocorra, é administrada uma injeção de Gonadotrofina Coriônica Humana (HCG), hormônio que estimula a liberação do óvulo.
Com isso, é feita a coleta do óvulo em centro cirúrgico com sedação leve. Uma fina agulha, que aspira os folículos ovarianos, é introduzida na mulher guiada por ultrassom. Após esse processo, os óvulos mais saudáveis são selecionados.
Os espermatozoides, por outro lado, podem ser do próprio parceiro da paciente, ou adquiridos via doação de banco de sêmen. Assim como ocorre com os óvulos, os melhores gametas masculinos são escolhidos.
Com todo o material biológico pronto, podemos passar para a próxima etapa!
3º passo: fertilização in vitro
O processo de fertilização dos óvulos pelos espermatozoides pode ser feito de 2 maneiras:
Clássica: na qual os espermatozoides são colocados junto com os óvulos em um meio de cultura similar ao ambiente intra-uterino. A proporção é de aproximadamente 200 mil gametas masculinos para apenas um óvulo, como numa concepção natural. Após 24 horas, a fecundação já aconteceu e os embriões começam a se desenvolver.
ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides): em que cada espermatozoide selecionado pelo microscópio é injetado dentro de cada óvulo, um por um.
4º passo: transferência embrionária
Cinco dias após a fertilização, os embriões, que nessa fase se chamam blastocistos, estarão aptos a serem transferidos para o útero.
O procedimento é simples, sem necessidade de anestesia.
5º passo: exame para confirmar a gestação
Aproximadamente 10 dias após a transferência embrionária, é possível detectar a gravidez a partir do exame de beta-HCG no sangue.
Essa é a fase que deixa os futuros papais e mamães mais ansiosos. Portanto, é sempre importante contar com uma clínica que forneça um atendimento humanizado e que auxilie os pacientes a passar por esse momento.
Em quais casos a FIV é indicada?
Existem alguns casos em que a FIV é indicada, assim como outros em que esse procedimento é a única opção para uma gestação. Conheça as indicações mais comuns, a seguir.
Quando a mulher apresenta alguma obstrução das tubas uterinas, e precisou retirá-las em alguma cirurgia ou realizou a laqueadura tubária, a gestação por meios naturais é impossibilitada, uma excelente indicação é a FIV.
Alterações na produção de espermatozoides
A baixa contagem, pouca mobilidade ou alterações no formato dos espermatozoides também podem causar infertilidade. Por isso indica-se a realização da inseminação artificial ou da FIV. Para os casos mais graves, ou quando a inseminação não obteve sucesso, a FIV passa a ser o único procedimento recomendado.
Mulheres com idade avançada
Outra indicação para a FIV é a idade avançada, um fator diretamente relacionado à fertilidade da mulher e, consequentemente, às chances de engravidar. A quantidade e qualidade dos óvulos diminui na medida em que a mulher envelhece. Nos casos de infertilidade com idade avançada, o tratamento que mais aumenta as chances de gravidez é a FIV. Caso a mulher não consiga mais produzir óvulos, a FIV pode ser realizada com óvulos doados.
Casais Homoafetivos
Muitos casais homoafetivos também sonham com a possibilidade de constituírem uma família com filhos biológicos. Dessa forma a FIV é a possibilidade para realizar este sonho, seja pela doação anônima de óvulos ou do sêmen, para casais de homens ou de mulheres.
Produção independente
Muitas mulheres que sonham em ser mães se veem no momento ideal da vida para realizar este sonho. Com a FIV, isso pode ser feito sem a necessidade de um parceiro ou parceira. O procedimento oferece à mulher ou homem a possibilidade de ter um bebê também por meio da doação do sêmen ou óvulo.
O que é a inseminação artificial?
A inseminação artificial consiste na inserção de uma amostra do sêmen do parceiro, que foi previamente coletada e preparada no interior do útero antes da ovulação. Dessa forma, os espermatozoides chegam até os óvulos, ocorrendo a fertilização e formação do embrião.
O processo é recomendado como tratamento inicial, assim como em casos de baixa complexidade e problemas de ovulação.
Em quais casos a inseminação artificial é indicada?
A inseminação artificial é recomendado para casais homoafetivos composto por mulheres, mulheres solteiras ou casais heterossexuais com problemas de fertilidade. Ou seja, que esteja há mais de um ano tentando engravidar com relações sexuais frequentes. A inseminação pode ser dividida em duas formas, homóloga ou heteróloga.
A inseminação homóloga é aquele em que o sêmen do parceiro é utilizado, e é normalmente indicada para casais com alguns distúrbios ovulatórios, alteração leve no muco cervical, espermatozoides, trompas uterinas ou mesmo em casos de endometriose leve.
Já no método da inseminação heteróloga é utilizado o sêmen de um doador. Esse procedimento é recomendado para mulheres sozinhas que desejam realizar produção independente, casais homoafetivos ou casais heterossexuais em que o parceiro não possua sêmen, em que a quantidade seja reduzida, ou que tenha realizado vasectomia.
Mesmo com suas diferenças e similaridades, FIV e inseminação artificial possuem diferentes indicações. E para saber qual tratamento é indicado para você, é importante agendar uma consulta em uma clínica de reprodução humana com um especialista.
Gostou de saber mais sobre esse tema? Então, confira o nosso artigo sobre 5 tipos de exames necessários para quem vai fazer a FIV!