Você já ouviu falar sobre ovodoação? Este procedimento é ainda pouco comentado, porém consiste em uma opção muito importante dentre as técnicas de reprodução humana assistida. Felizmente, essa prática foi regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina em 2017. Por ser um assunto relativamente novo, é comum que seja alvo de dúvidas. Por isso, neste texto, vamos esclarecer tudo o que você precisa saber sobre a doação de óvulos.
Continue a leitura para entender o que é ovodoação, qual a sua função nos tratamentos de fertilidade, em que casos é indicada e o que a legislação determina sobre esse tema.
Boa leitura!
O que é ovodoação
A ovodoação é um ato de solidariedade, realizado por mulheres que disponibilizam os seus óvulos com intuito de beneficiar algumas pessoas que recorrem à reprodução assistida.
Todo o processo é voluntário e não deve ter caráter lucrativo ou comercial. Também é anônimo e não é permitida doações entre familiares.
Para que o procedimento seja viabilizado, a doadora deve seguir algumas regras, como ter entre 18 e 34 anos, não apresentar problemas de saúde, genéticos ou Infecções Sexualmente Transmissíveis (condições que são diagnosticadas através de exames).
Se ela for casada, precisa apresentar um documento que prova que seu companheiro concorda com a doação.
Além disso, devem ser fornecidas algumas informações pessoais, como altura, peso, características físicas e grupo sanguíneo, mas sempre de forma anônima.
Há também a ovodoação compartilhada, que é quando uma mulher que está realizando o tratamento de reprodução assistida, e que tem o perfil descrito acima, doa o seu óvulo para quem necessita e tem parte do seu tratamento custeado pela receptora.
Todos esses trâmites ocorrem com o intermédio de uma clínica de reprodução assistida para manter o anonimato.
No próximo tópico, apresentaremos em quais casos a ovodoação é indicada.
Em que casos é indicado a ovodoação
Muitas vezes, casais que procuram por técnicas de reprodução, como a fertilização in vitro, esbarram em um grande empecilho: a mulher não produz óvulos de boa qualidade. Isso ocorre por ela não estar mais em idade reprodutiva ou por apresentar algum problema como:
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Falência ovariana;
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Menopausa precoce;
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Baixa reserva ovariana evidenciada pelo exame de Hormônio Antimulleriano e contagem de folículos ovarianos ao ultrassom;
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Doenças genéticas;
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Fertilidade afetada por tratamentos oncológicos realizados previamente;
Desse modo, a ovodoação permite que mulheres com sérios problemas de fertilidade realizem o sonho de serem mães.
Além disso, a prática também beneficia casais homoafetivos masculinos que desejam ter um filho e estão optando pela fertilização in vitro.
O procedimento de ovodoação é relativamente simples. Continue a leitura para ver o passo a passo do processo.
Como ocorre a ovodoação
O primeiro passo para realizar a doação de óvulos é acertar todos os trâmites legais entre a doadora, a clínica e a receptora.
Com tudo pronto, a doadora irá iniciar o tratamento de estimulação ovariana. Nela, são administrados hormônios que farão com que os ovários produzam um número maior de folículos ovarianos, estes que posteriormente se transformarão em óvulos.
Para avaliar se o tratamento está sendo efetivo, a doadora precisa passar por exames de ultrassonografia.
Quando se atinge a quantidade ideal de óvulos, chega a hora da coleta, que é feita por punção pela vagina com a doadora sedada.Um pequeno tubo é acoplado ao equipamento de ultrassom, que irá aspirar os gametas. Estes óvulos coletados podem ser congelados ou fertilizados para posterior congelamento do embrião.
Quando falamos de gerar uma vida com auxílio da ciência, deve existir uma legislação clara sobre o assunto, que trate tudo com muita ética e transparência.
No que diz respeito a doação de óvulos, vamos ver o que falam as leis.
O que diz a legislação sobre este tema
A realização de técnicas de Reprodução Assistida, incluindo a ovodoação, é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), através da Resolução 2.168/2017, publicada no D.O.U de 10 de novembro de 2017.
Como já comentamos anteriormente, a legislação garante o anonimato, de modo que não é divulgada nenhuma informação que permita a identificação da doadora ou da receptora.
Dessa forma, a doadora não poderá ter acesso à informações sobre a criança gerada a partir do seu óvulo e nem conhecê-la. Ou seja, o sigilo é mantido em todos os sentidos com objetivo de resguardar a todos.
Por isso, médicas, funcionárias e demais integrantes do corpo clínico não podem doar seus gametas.
Outro ponto importante é que a clínica deve manter os registros dos nascimentos para evitar que uma doadora tenha produzido mais de duas gestações de casais diferentes em uma área de um milhão de habitantes.
A doação de óvulos é uma opção muito importante entre as técnicas de reprodução assistida, mas sempre deve ser realizada por clínicas com qualidade técnica e ética reconhecida.
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