A Doação compartilhada de óvulos é um procedimento permitido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para mulheres ou casais que desejam engravidar. Com este tipo de tratamento, é possível reduzir os custos do tratamento de fertilização in vitro (FIV).
Para entender melhor sobre a doação compartilhada, é preciso falar sobre a ovodoação
O que é ovodoação
A doação de óvulos ocorre quando uma mulher doa parte dos seus gametas para outra mulher que esteja fazendo um tratamento de reprodução assistida.
Ela é indicada nas seguintes situações:
- Mulheres com ausência ou baixa reserva ovariana;
- Mulheres que passaram por procedimento para retirada dos ovários ou por tratamentos oncológicos, como quimioterapia e radioterapia;
- Mulheres que fizeram tratamentos anteriores de reprodução assistida, mas que não obtiveram resultados;
- Mulheres com idade materna avançada;
- Mulheres que tiveram abortos de repetição devido à baixa qualidade dos óvulos;
- Mulheres que apresentam alterações genéticas ligadas aos óvulos;
- Homens que optam pela produção independente e casais homoafetivos masculinos. Nesses dois casos, é preciso contar com um útero de substituição, ou seja, uma mulher que gestará a criança.
Regras para a ovodoação
A ovodoação é regulamentada pelo CFM, que estabelece algumas regras para a realização do procedimento. Entre elas, destacam-se:
- A doação não poderá ter caráter lucrativo ou comercial;
- A identidade da doadora e da receptora deve ser mantida em sigilo, exceto nos casos em que a doadora for parente até 4º grau de um dos receptores;
- A doadora deve ter, no máximo, 37 anos;
- Deve constar em prontuário o relatório médico atestando a adequação da saúde física e mental de todos os envolvidos.
A ovodoação pode ser feita de duas maneiras: de forma voluntária ou compartilhada.
Ovodoação voluntária: a mulher faz sua doação apenas com o objetivo de ajudar outra mulher ou outros casais a realizarem o sonho de ter uma família. É um gesto altruísta, pois não há lucro neste tipo de ação.
Ovodoação compartilhada: neste formato de doação de óvulos, a doadora deve ser uma mulher que esteja em tratamento de reprodução humana assistida para que os óvulos não usados por ela possam ser disponibilizados para outras mulheres ou casais.
Entendendo melhor a doação compartilhada
A doação compartilhada só pode ser adotada por casais em tratamento de FIV, quando é possível que eles dividam os óvulos que foram coletados durante o tratamento – e não usados – e os custos do procedimento. É uma maneira de viabilizar que mais pessoas possam realizar um procedimento de alta complexidade que aumenta as chances de sucesso na gestação.
Vale ressaltar que a identidade da receptora e da doadora são mantidas anônimas. Quem busca a doadora que tenha maior compatibilidade com a receptora é a clínica de reprodução assistida. Apenas em casos especiais poderão ser fornecidas informações sobre a doadora, mas apenas para a equipe médica, para que seja resguardada a identidade da doadora.
Como é o procedimento
Em um tratamento de FIV, os óvulos são coletados e posteriormente fecundados, em laboratório, com o espermatozoide do parceiro ou de um doador. Aqueles que não forem utilizados são doados para o casal receptor.
São utilizados apenas óvulos viáveis, ou seja, que tenham sua qualidade preservada.
Tanto a receptora quanto a doadora passam por algumas etapas até terem seus óvulos coletados (doadora) e fertilizados (receptora). A doadora, além de ter sua saúde avaliada, tem também suas caraterísticas fenotípicas analisadas para que elas sejam as mais próximas possíveis da receptora. Ou seja, a clínica responsável pelo procedimento avalia quesitos como altura, tom de pele, cor dos olhos e dos cabelos, entre outros aspectos físicos importantes. Conheça sobre o Fenomatch
Doadora
Estimulação ovariana: consiste na administração de medicamentos hormonais para estimular os ovários a liberarem um maior número de óvulos disponíveis para fecundação. O crescimento dos folículos (estruturas que abrigam os óvulos) é acompanhado por exames de ultrassom a cada dois dias. Quando os folículos atingem um tamanho considerado ideal, a mulher recebe o hormônio hCG, que vai favorecer o amadurecimento de um maior número de óvulos.
Punção folicular: cerca de 36 horas após a administração do hormônio hCG, os óvulos são aspirados, por meio de uma agulha fina, em um procedimento realizado em consultório médico, com anestesia.
Coleta de espermatozoide: paralelamente à coleta dos óvulos, o sêmen do parceiro é coletado ou preparado (quando proveniente de doação).
Fecundação em laboratório: depois de coletados, os gametas são fecundados em laboratório e o embrião formado é cultivado em laboratório por alguns dias até que possa ser transferido para o útero materno.
Os óvulos que não foram utilizados podem permanecer congelados até a escolha da receptora.
Receptora
Preparo do endométrio: o endométrio é o tecido que reveste o útero e que recebe o embrião formado para que a gestação se desenvolva. O preparo do endométrio, na mulher que vai receber o futuro embrião, é feito com a administração de hormônios (estradiol e progesterona).
Controle da resposta endometrial: por meio da realização de exames de ultrassonografia transvaginal, o médico avalia o melhor momento para realizar a transferência do embrião ao útero.
Coleta de espermatozoide: quando ocorre a punção dos óvulos da doadora, acontece também a coleta dos espermatozoides.
Formação do embrião: com o óvulo da doadora e os espermatozoides já coletados, parte-se para o processo de fertilização, em laboratório. Após cinco ou seis dias de cultivo, o embrião é transferido ao útero.
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Chances de gravidez com óvulos doados
Para que uma mulher possa engravidar com óvulos doados, ela precisa estar em boas condições clínicas de saúde para evitar riscos durante a gestação. O CFM recomenda como idade limite para a gravidez por tratamentos de reprodução assistida os 50 anos, independentemente de a gestação ocorrer por óvulos doados ou próprios.
Dessa forma, as taxas de sucesso na gestação podem chegar a 60%. Agende sua consulta e conheça o programa DOE