Neste mês de junho comemora-se o mês da fertilidade. Então com este tema em evidência acredito que tão importante quanto lembramos da falta ou diminuição da fertilidade, ou seja da infertilidade, suas possíveis causas e tratamentos é falarmos sobre a fertilidade em seu aspecto mais amplo.
Nisto incluo desde a adolescência até o planejamento da gravidez. É muito importante saber como cuidar da fertilidade e estar atento para quando devemos procurar um especialista no assunto na suspeita de algo não estar indo bem.
Desde a primeira menstruação é fundamental que a mulher tenha um acompanhamento ginecológico. É muito comum que no primeiro ano as menstruações sejam irregulares, mas se isto persistir deve ser dada atenção para possíveis problemas hormonais que afetam a ovulação como por exemplo a síndrome dos ovários policísticos. Também deve ser dada atenção a cólicas menstruais em qualquer fase da vida da mulher, principalmente se não melhoram com medicação ou são recorrentes e incapacitantes, pois podem ser um sinal de endometriose. Estes dois sintomas, a irregularidade e a cólica menstrual, podem ser sinais de doenças que afetam a fertilidade mas que se tratadas adequadamente desde seu início evitam a tão temida infertilidade.
A dieta e manutenção de um peso adequado também influenciam muito a fertilidade. É importante manter um IMC entre 19 e 25, pois tanto mulheres ou homens muito magros quanto os obesos podem ter a sua fertilidade prejudicada. Uma dieta rica em grãos, raízes, cereais, frutas, legumes, vegetais verde escuros e gorduras insaturadas também é fundamental. A reposição de ácido fólico cerca de 2 a 3 meses antes de engravidar também melhora a qualidade dos óvulos e espermatozóides e evita malformações do sistema nervoso central e fenda palatina no bebê quando utilizado nos primeiros 3 meses da gravidez. A vitamina D também deve estar em níveis normais e para isso a exposição moderada ao sol deve ser incentivada. Caso haja necessidade, a sua reposição durante o planejamento da gravidez e seu início são recomendadas.
Cigarro e drogas ilícitas são grandes inimigos da fertilidade. Doenças sexualmente transmissíveis, principalmente quando não tratadas e recorrentes, podem ser igualmente danosas para uma futura gestação. Já, a bebida alcóolica, quando consumida de modo moderado, não tem esse efeito negativo.
Claro que levar uma vida saudável e ir rotineiramente ao ginecologista ou ao urologista, não garantem que não haverá problema algum com a sua fertilidade, mas podem minimizar possíveis fatores de risco. E se você faz tudo isso direitinho, planejou sua gravidez e já está tentando há mais de 6 meses procure um especialista para que ele possa avaliar se há algo impeditivo ou a ser melhorado.
Dra. Claudia Gomes Padilla, especialista em reprodução assistida do Grupo Huntington.