Como saber qual é o melhor embrião?

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    embriaoEssa é uma pergunta que não sai da cabeça dos casais que fazem fertilização in vitro e também de todos os  médicos e cientistas que estudam a reprodução assistida.

    Um casal muito querido de Salvador que engravidou aqui na Huntington, retornou essa semana em busca de um irmãozinho ou irmãzinha para o Lucas, que hoje está com 4 anos. Na primeira consulta pudemos diagnosticar um quadro de abortamentos de repetição e após realizarem todos os exames para investigação, detectamos não haver causa aparente do problema. Então descobrimos na primeira tentativa de fertilização in vitro a razão principal dos abortos: qualidade embrionária ruim.

    Lembro-me bem que nessa  época foi muito difícil a compreensão de como podemos identificar e classificar os embriões de acordo com a sua qualidade. A principal forma e a já utilizada desde o primeiro dia de desenvolvimento embrionário é a classificação morfológica dos embriões seguindo basicamente dois parâmetros: número de células e grau de fragmentação. Sabe-se, por exemplo, que um embrião de segundo dia de desenvolvimento deve ter entre 2 a 4 células, e no terceiro dia entre 6 a 8 células para ser considerando um bom embrião, ou seja, com boas chances de implantação. Também a fragmentação embrionária, que são como se fossem pequenas bolinhas dentro de cada célula, é relacionada à qualidade. Quanto mais fragmentado, grau 3 e 4, menos chance o embrião tem de resultar em gravidez.

    Então, na segunda tentativa de FIV, optamos por fazer uma seleção diferente da qualidade embrionária  para que pudéssemos potencializar as chances de gravidez. Acumulamos um número maior de embriões para cultivá-los até o estágio de blastocisto, que é atingido no quinto dia de desenvolvimento. Expliquei a eles que somente 30 a 50% dos embriões formados conseguem atingir este estágio, e que dessa forma podemos selecionar com mais precisão qual é o melhor embrião. Além disso, no quinto dia após a coleta dos óvulos, o útero também se encontra mais receptivo, a semelhança do que ocorre na gestação natural. E foi assim que após transferirmos 2 blastocistos, a Patrícia engravidou do Lucas.

    Hoje após quatro anos, fico muito feliz em contar a eles que é possível detectarmos a qualidade embrionária de uma forma ainda mais eficaz através da análise genética pré-implantação, a chamada biópsia embrionária com a técnica de CGH. Essa técnica é indicada para casais como eles, com abortos de repetição sem causa aparente, além de casais com doenças genéticas na família, antecedentes de mais de 3 falhas de fertilização in vitro e quando a mulher tem mais de 38 anos. É claro que não é possível identificarmos todas as alterações genéticas que existem em uma só análise, mas conseguimos detectar as principais aneuploidias, que são as alterações no número de cromossomos, que mais comumente causam abortos ou falhas de implantação dos embriões.

    E assim já no próximo mês eles iniciarão esse novo projeto de aumentar a família com muito mais esperança e expectativa de sucesso!

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    Dra. Claudia Gomes Padilla, especialista em reprodução assistida do Grupo Huntington.

     

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