Coito programado – qual é o tempo total do procedimento

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    O coito programado é um tratamento de reprodução assistida de baixa complexidade que auxilia casais com dificuldades para engravidar. Dependendo das causas que estão levando à infertilidade, ele pode ser uma boa opção, com custos menores e bons resultados, além de ser um tratamento pouco invasivo para estimular a fertilidade e a fecundação.

     

    No que consiste o coito programado?

    O tratamento consiste em induzir a ovulação, por meio de hormônios, de uso oral ou injetável (a injeção subcutânea pode ser aplicada pela mulher, por exemplo na barriga ou na coxa), que são administrados durante alguns dias. A mulher começa a usar a medicação no segundo ou terceiro dia da menstruação. A dosagem do medicamento hormonal e o tipo de hormônio são escolhidos pelo especialista em reprodução humana com base nas características individuais de cada paciente.

     

    Durante os dias que seguem, são realizados exames de sangue e de ultrassonografia – a cada dois ou três dias – para acompanhar a evolução do tratamento e o consequente crescimento dos folículos. Em um ciclo normal, vários folículos são recrutados, mas apenas um se desenvolve totalmente e 1 óvulo é liberado para as tubas uterinas para ser fecundado. Com a estimulação, espera-se que sejam estimulados até três folículos e consequente liberação de seus óvulos.

     

    Quando eles atingem o tamanho ideal, é administrado um outro hormônio, chamado gonadotrofina coriônica humana (hCG), que será responsável por estimular a ovulação em um período de 36 a 40 horas depois. É nesse período que o casal é orientado a intensificar as relações sexuais para aumentar as chances de gravidez.

     

    O coito programado é um dos métodos de fertilização mais antigos que existem e sua taxa de sucesso depende da idade da mulher, das condições hormonais e de saúde, da atividade ovariana e da causa da infertilidade.

     

    Coito programado

     

     

    Para quem é indicado o coito programado?

     

    O coito programado, por ser um tratamento mais simples, é indicado principalmente para casais que tenham a anovulação (ausência de ovulação) como causa da infertilidade. Essa condição pode ser provocada por uma série de patologias, sendo uma das mais frequentes a síndrome dos ovários policísticos (SOP).

     

    O tratamento também é uma opção para casais que apresentam baixa frequência sexual ou que, por algum motivo, não conseguem manter relações sexuais dentro do período fértil da mulher. 

     

    Porém, é preciso que o homem tenha uma avaliação de sêmen normal, assim como a mulher precisa ter uma avaliação positiva das tubas uterinas e boa reserva ovariana. Também é necessário que o casal tenha avaliações hormonais consideradas saudáveis.

     

    A idade da mulher é um fator bastante importante para a decisão pela escolha ou não do coito programado, pois quanto mais velha ela for, menores são as chances de sucesso do tratamento, já que os óvulos envelhecem com o passar do tempo.

     

     

    Qual o tempo total do procedimento?

     

    A duração do tratamento é de, em média, 30 dias. A primeira etapa, que envolve a administração de medicamento, pode variar de cinco a 12 dias. Se a medicação for de uso oral, a ingestão deve acontecer por cinco dias consecutivos. No caso dos injetáveis, pode variar de 8 a 12 dias.

     

    O passo seguinte, que é o uso do hormônio hCG para estimular a ovulação, tem duração de 36 a 40 horas. Depois do período de ovulação, o casal deve esperar 15 dias para realizar o teste de gravidez. Com isso, o tempo entre o início do tratamento e a confirmação do sucesso ou não do tratamento é de cerca de 30 dias.

     

     

    Quais as chances de sucesso do coito programado?

     

    O coito programado apresenta uma taxa de sucesso de 18 a 20% por tentativa – de modo geral, é possível realizar até três coitos programados seguidos, sem causar prejuízos à saúde da mulher. Caso a gestação não se concretize, é aconselhado partir para outro tipo de tratamento, a Fertilização in Vitro, que trará maiores chances de sucesso.

     

    Por ser um tratamento de baixa complexidade, seu sucesso depende, além da idade da mulher e de suas condições de saúde, também da adoção de hábitos saudáveis pela tentante e pelo seu parceiro. A alimentação deve ser controlada em relação ao excesso de gorduras, deve-se praticar atividades físicas regularmente, não beber e nem fumar. Mulheres com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, devem ter o acompanhamento de um médico especialista e o calendário de vacinas deve estar atualizado.

     

     

    Quais os riscos do coito programado?

     

    Os tratamentos de reprodução humana que fazem uso de medicamentos hormonais, como o coito programado, para estimular a ovulação, podem ter um risco maior de gestação de gêmeos, pois mais de um folículo é estimulado em um mesmo ciclo menstrual.

     

    A gravidez gemelar pode trazer complicações tanto para a mãe quanto para o bebê, como parto prematuro, desenvolvimento de diabetes, anemia e pré-eclâmpsia. Por esse motivo, demanda mais cuidados.

     

    Além disso, há o risco de alguns efeitos colaterais da medicação, sendo os mais comuns: desconforto abdominal, cólicas leves, inchaço, irritabilidade, dor nas mamas e de cabeça. Não há, porém, risco de desenvolvimento de câncer no ovário porque a medicação é administrada por pouco tempo.

     

    O coito programado pode ser contraindicado em algumas situações, como quando a mulher apresenta doenças que podem ser agravadas pela gestação, tais como alterações cardíacas e renais graves.

     

    Casais que apresentem distúrbios genéticos familiares ou idade materna avançada, são orientados a evitar a gravidez por coito programado. Nesses casos, o ideal é o tratamento de Fertilização in Vitro, procedimento no qual é possível realizar um exame chamado teste genético pré-implantacional, que detecta alterações cromossômicas no embrião. Com isso, aquele que apresentar algum tipo de falha é descartado antes de ser transferido ao útero, reduzindo o risco de transmissão de doenças e de abortamentos.

     

    Casais onde um dos parceiros apresente alguma doença infecciosa que podem ser transmitidas ao outro por meio de relações sexuais também são orientados a evitar o tratamento com Coito programado. Para esse grupo de pacientes é indicada a Inseminação Intra-uterina ou a própria Fertilização in Vitro.

     

    Para garantir que a gestação ocorra conforme o esperado, o ideal é que o casal seja acompanhado e orientado por um especialista em reprodução humana. Contar com a experiência de um médico e com um ambiente que tenha infraestrutura necessária para a realização de exames e tratamentos pode fazer toda a diferença entre conquistar ou não o sonho de formar uma família.

     

     

    Colaborou com este artigo: Dr. Rafael Lacordia - Especialista em Reprodução Assistida / CRM 135.154

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