Você sabe o que é oncofertilidade e o que ela tem a ver com câncer?
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), somente em 2018 foram contabilizados 18 milhões de novos casos da doença no Brasil. Além disso, segundo estimativas, um a cada cinco homens e uma a cada seis mulheres irão desenvolvê-la em algum momento da vida.
Felizmente, os tratamentos de radioterapia e quimioterapia, aliados à cirurgia, oferecem uma taxa de remissão da doença de até 90% a depender do tipo de câncer e do local que afeta.
Para pessoas que querem ter filhos, por outro lado, este cenário pode não ser positivo. Um dos possíveis efeitos colaterais desses procedimentos é a diminuição da fertilidade dos pacientes. Desanimador, não é mesmo?
Fique tranquilo, já existe uma área da reprodução assistida que estuda esse assunto e que propõe tratamentos para preservar a fertilidade, chamada de oncofertilidade.
Entenda sobre o assunto no artigo a seguir!
O que é oncofertilidade?
Os tratamentos oncológicos, como a radioterapia e a quimioterapia, possuem agentes altamente tóxicos para algumas células do organismo, incluindo óvulos e espermatozóides e,portanto em muitos casos, afetam a saúde reprodutiva dos pacientes, temporária ou definitivamente.
Nas mulheres, eles podem causar falência ovariana, menopausa precoce e outros problemas. Já nos homens, podem afetar a função dos testículos, interferindo na produção de testosterona e, na produção de espermatozoides.
A oncofertilidade é uma nova área da Medicina Reprodutiva que atua de forma multidisciplinar, visando preservar a fertilidade de pessoas que precisam se submeter aos tratamentos oncológicos.
Vários profissionais estão envolvidos neste novo campo, como:
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Especialistas em reprodução humana;
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Oncologistas;
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Urologistas;
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Profissionais da cirurgia videolaparoscópica;
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Psicólogos;
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Geneticistas.
Como ocorre o tratamento de preservação da fertilidade em pacientes oncológicos?
Para que sejam mais eficientes, os tratamentos de preservação da fertilidade devem ser realizados preferencialmente antes de se iniciar a radioterapia ou a quimioterapia.
Os tratamentos variam de caso para caso, de pessoa para pessoa, e a indicação do método a ser usado deve ser do oncologista responsável pelo tratamento do câncer, com o auxílio de um especialista em reprodução assistida.
Vamos conhecer as opções.
Preservação da fertilidade para mulheres com câncer
A alternativa mais eficaz para se preservar a fertilidade da mulher é a criopreservação ou congelamento de óvulos, técnica que coleta os óvulos por aspiração e congela os gametas femininos, para que eles possam ser fertilizados posteriormente.
Para realização dessa técnica é necessária a estimulação hormonal que infelizmente nem sempre é possível para as mulheres que irão se submeter a um tratamento oncológico.
Pode haver contraindicação ao uso de hormônios em alguns tipos de câncer e também urgência de início do tratamento oncológico que não permite aguardar o tempo necessário para a terapia hormonal.
Nestes casos , uma outra forma de se fazer a criopreservação é através do congelamento do tecido ovariano, para que, mais tarde, os folículos ovarianos possam ser maturados em laboratório e formem óvulos maduros.
Nesta técnica, é necessária a retirada cirúrgica de uma pequena parte do ovário e a estimulação hormonal não é necessária.
Além da criopreservação, existe a supressão medicamentosa da função ovariana, em que são utilizados inibidores hormonais. Eles são ministrados através de injeções e o objetivo é paralisar o metabolismo das células ovarianas para que elas sejam menos afetadas pela quimioterapia.
Se a paciente estiver com a região pélvica afetada e precisar realizar radioterapia, uma possibilidade é a cirurgia para elevação dos ovários, para que eles não estejam no raio de ação do tratamento oncológico.
Preservação da fertilidade para homens
A proteção da fertilidade dos homens pode ser feita de duas maneiras. A primeira delas é a criopreservação ou congelamento dos espermatozoides, por meio da coleta e congelamento dos gametas masculinos ou do congelamento do tecido testicular.
Outra possibilidade é a proteção dos testículos durante a radioterapia para evitar que a radiação afete a produção de espermatozoides.
Preservação da fertilidade para crianças e adolescentes
Infelizmente, o câncer pode acometer pessoas em qualquer idade e, se tratando de crianças e adolescentes, é também importante pensar no seu futuro reprodutivo.
Mesmo que antes da puberdade as gônadas sejam mais resistentes às terapias oncológicas e o possível malefício aos óvulos e espermatozóides costuma ser menor, a manutenção da fertilidade ainda não é garantida.
Nesse sentido, é interessante buscar opções de preservação da fertilidade também para estes pacientes.
Como os gametas só são produzidos após a puberdade, neste caso, a única opção disponível é a criopreservação de fragmentos de tecidos ovarianos ou tecido testicular.
Seja qual for a terapêutica adotada, é indispensável que seja feita em uma clínica de excelência. Você conhece um lugar assim?
Como escolher uma clínica para realizar a preservação da fertilidade?
A preservação da fertilidade em pacientes oncológicos requer tecnologia de ponta e uma equipe médica devidamente capacitada. A infraestrutura da clínica, as instalações laboratoriais e a formação da equipe médica são pontos fundamentais a serem analisados antes de se decidir onde fazer o tratamento.
Não podemos nos esquecer de que a intervenção para a preservação da fertilidade, seja feminina ou masculina, ocorre quando a pessoa está lutando contra o câncer, momento bastante delicado.
Por isso, além de um corpo clínico competente e instalações modernas, o acompanhamento ao paciente deve ser humanizado.
O Grupo Huntington de Medicina Reprodutiva está inserido no “Oncofertility Consortium”, da Universidade de Northwestern, que regulamenta e referenda os melhores centros internacionais na área.
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