Você tem uma vida saudável? Vai anualmente ao ginecologista e sempre realiza os exames de solicitados com resultados todos normais e mesmo assim não está conseguindo engravidar? Será que é somente uma questão de sorte ou será que há algo errado?
Os dois principais fatores determinantes para que uma gravidez natural ocorra são tempo e a freqüência de relações sexuais. Sabe-se que um casal normal tendo em média de 2 a 3 relações sexuais por semana tem uma média de 25 a 30% de chance de gravidez. Portanto, em geral, em 3 a 4 meses a gravidez ocorre para maioria dos casais. No entanto, alguns levam um tempo maior para conceber e ainda assim são considerados normais, porém em um ano 95% dos casais normais já engravidaram.
Note que é importante manter a freqüência de relações sexuais de 2 a 3 vezes por semana em dias intercalados durante todo o mês e não somente intensificar de acordo com o período fértil. Isto é importante para melhora da qualidade seminal e para que sempre existam espermatozoides vivos dentro da trompa. Sabe-se que o espermatozoide vive em média 72 horas e o óvulo 24 horas. Desta forma se você tiver relações a cada dois dias, por exemplo, sempre terão espermatozoides prontos para fertilizar o óvulo, mesmo que a ovulação seja mais precoce ou mais tardia do que o calculado. E claro, quanto mais namoro, mais as chances aumentam!
Mas quando você deve suspeitar que algo possa não estar normal?
Se o casal é saudável e a mulher tem menos de 35 anos aguardamos um ano de tentativas considerando freqüência sexual normal. Se após este período a gestação não ocorrer, alguns exames para avaliar pontos específicos da fertilidade como a reserva dos óvulos, condição das trompas e do útero e qualidade dos espermatozoides devem ser realizados. Como a fertilidade feminina começa a declinar aos 35 anos, fato que diminui a chance natural mensal de gravidez, nos casais em que a mulher tem mais de 35 anos esses exames devem ser realizados após 6 meses de tentativas.
A minha experiência cada vez mais me mostra que na maioria das vezes conseguimos ajudar a formar famílias desde que a procura por um tratamento seja feita no momento correto. É muito triste ouvir de pacientes que perderam esse “timing”: “ Se eu tivesse descoberto isso antes não teria perdido tanto tempo e ainda teria chances”.
Por isso informa-se e converse com o seu médico sobre a necessidade de uma avaliação da sua fertilidade com um especialista.
Dra. Claudia Gomes Padilla, especialista em reprodução assistida do Grupo Huntington.